segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Reunião de Serviço da Igreja 5



5º REUNIÃO DE IRMÃOS – IGREJA EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 19-08-2013
(O Caráter do Obreiro do Senhor, Watchman Nee, trechos capítulo 3)
TER DISPOSIÇÃO PARA SOFRER
PRIMEIRO
Além dos traços de caráter já mencionados, todo obreiro cristão deveria ter disposição para sofrer (1 Pe 4:1). Isso é importante. Antes de considerar esse assunto de um ponto de vista positivo, consideremos primeiro o conceito cristão comum de sofrimento.
O ensino das Escrituras é muito claro: Deus não tem intenção que o seu povo sofra. Há certa filosofia que promove o sofrimento físico como meio de privar o corpo de todo o prazer. Os que defendem essa filosofia sustentam que toda forma de prazer é errada. Como obreiros do Senhor e seus representantes, devemos deixar claro que essa filosofia não deve passar pela mente de um cristão. A própria palavra de Deus declara que Deus não intenção que Seus filhos sofram. A Bíblia diz que Deus não nos privou de nada que fosse bom. O Salmos 23:1 diz: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”. As palavras nada me faltará não significam que não teremos mais necessidades. Pelo contrário, significam que não temos que pedir nada porque o Senhor é o nosso Pastor. O Salmo 23 diz-nos que nada nos faltará quando tivermos o Senhor como nosso Pastor. Em outras palavras, Deus não intenta que nos falte alguma coisa. Sua intenção é que sejamos plenos. Ele não nos privou de nada que fosse bom. A Bíblia toda descreve-nos o cuidado amoroso do Senhor. Ele protegeu os Seus fielmente, aliviou suas angústias e dores, e traçou clara distinção entre o Seu povo e as nações. A terra de Gósen sempre foi diferente do restante do Egito; a benção de Deus sempre esteve ali. Nunca devemos introduzir algum tipo de filosofia ascética no cristianismo. Uma vez que introduzimos elementos não-cristãos no cristianismo, nós o confundimos. Devemos prestar atenção a esse ponto.
Dito isso, também devemos perceber que Deus não exime Seus filhos da provação ou do castigo; na verdade, Ele lhes dá provação e castigo. Entretanto, devemos distinguir claramente entre a provação e o castigo de Deus e as formas de asceticismo. Sob circunstâncias comuns, Deus sempre abençoa Seus filhos, cuida deles, sustenta-os e supre-os. Mas quando se fizer necessário que os castigue e prove, Ele não hesitará em fazê-lo. Isso não significa que Ele os prova todos os dias. Ele os castiga só quando há necessidade; não faz isso todo dia e a cada minuto. Ele não envia provações e castigo aos Seus filhos continuamente. Às vezes, Ele recorre a tais métodos, mas não insiste neles o tempo todo...
A que, então, as Escrituras se referem quando falam de sofrimento? Na Bíblia, o sofrimento refere-se a uma escolha deliberada que a pessoa faz diante do Senhor. O Senhor cuidou para que nossos dias fossem cheios de agradáveis bênçãos, mas, porque nós O servimos e somos Seus servos, optamos por um caminho de sofrimento. Por isso, o caminho do sofrimento é um caminho de escolha...
...De acordo com o plano de Deus, podemos evitar muitos sofrimentos. No entanto, porque O servimos, optamos, com alegria, por um caminho que é diferente do das pessoas comuns. É isso que significa ter disposição para sofrer; é uma necessidade fundamental no caráter de um servo de Deus, sem o que daremos poucos resultados em nossa obra, e a obra que fazemos será muito superficial em qualidade. Se um obreiro do Senhor não tiver disposição para sofrer, aos olhos de Deus ele não poderá trabalhar. Falemos algumas coisas relacionadas com esse tema.
SEGUNDO
Precisamos perceber que sofrer e ter disposição para sofrer são coisas diferentes. Ter disposição para sofrer implica que temos desejo de sofrer, de bom grado, por amor a Cristo; significa que temos coração e disposição de suportar a aflição por causa Dele. É isso que significa ter disposição para sofrer. Os que têm essa disposição não necessariamente sofram. Mas, na mente, estão preparados para enfrentar todos os sofrimentos com coragem. Por exemplo, o Senhor pode coloca-los em circunstâncias em que você tem comida, roupas e uma bela casa mobiliada. Não significa que você não pode continuar a desfrutar todas as provisões que Ele lhe tem dado. Se o Senhor fez tais provisões, você pode aceita-las como sendo do Senhor. Mas, no íntimo, você ainda tem disposição para sofrer. Embora você não sofra fisicamente, você deve ter essa disposição...
O problema é que muitos irmãos e irmãs, e muitas famílias de obreiros cristãos também, parecem recuar no momento em que lhes sobrevém a aflição. Eles não têm disposição para sofrer. Quando o Senhor lhes provê circunstâncias estáveis, abundância de bens materiais e boa saúde, ele podem servi-Lo com alegria. Mas, tão logo experimentem uma pequena diversidade ou aflição, todo o seu ser desfalece. Isso quer dizer que não têm disposição para sofrer. Sem disposição para sofrer, você não poderá resistir a nenhuma provação...
Devemos lembrar que nossa obra não está a nossa mercê. Temos de trabalhar quando há comida e também quando não há comida. Temos de trabalhar quando estamos adequadamente vestidos e também quando não estamos adequadamente vestidos. Temos de trabalhar quando nos sentimos felizes e também quando não nos sentimos à vontade. Temos de trabalhar quer estejamos bem de saúde ou adoentados. As Escrituras mostram-nos que devemos armar-nos com a disposição mental para sofrer; ou seja, nossa mente deve ser um arsenal, uma arma, para nós...
De acordo com o conceito natural, concluiríamos que um irmão que sofre muito conhece plenamente a graça de Deus, mas, muitas vezes, não recebemos nenhuma ajuda dele quando nos encontramos com ele. Podemos descobrir que lhe falta a disposição para sofrer; ele apenas sofre com relutância. Se lhe fosse dada uma opção, fugiria das provações no primeiro momento. Ele talvez sofra de fato, mas não se entregou ao sofrimento e passa por sua experiência com relutância; não aprendeu nenhuma lição diante do Senhor e está cheio de rebelião por dentro. Isso nos mostra que disposição para sofrer é muito diferente do sofrimento propriamente dito. O que o Senhor valoriza é a disposição para sofrer: a consciente prontidão para o sofrimento, e não a experiência do sofrimento em si.
TERCEIRO
Nenhum servo de Cristo pode determinar que irá trabalhar se o tempo estiver bom ou ficar em casa se chover. Se tivermos disposição para sofrer, desafiaremos as dificuldades, o sofrimento, a enfermidade física e até a morte. A disposição para sofrer encara o diabo e declara: “Continuarei, independentemente do que aconteça comigo!”. Se, no íntimo estivermos com medo de alguma coisa, Satanás irá ameaçar-nos com essa mesma coisa e, com isso, seremos vencidos...Todo servo de Deus deve estar bem preparado e não ter medo de nada. Devemos persistir quando isso ou aquilo acontecer, quando vierem provações à família ou doença ao corpo, e mesmo quando a fome ou o frio surgirem no caminho...
Irmãos e irmãs, devemos declarar ao Senhor: “Por causa do Teu amor e do poder da Tua graça, assumo o compromisso de fazer o que eu faço, sejam quais forem as consequências, no céu ou no inferno. Essa será a minha posição, que me considere apto para isso, que não!”. Se não tivermos tal disposição, Satanás irá aproveitar-se de nossas fraquezas e, por conseguinte, estaremos liquidados e provaremos que não servimos para nada. Devemos orar pedindo misericórdia para saber o que é ter disposição para sofrer...
QUARTO
Surge naturalmente uma pergunta: Até onde devemos estar preparados para sofrer? O padrão bíblico é: “Sê fiel até a morte” (Ap. 2:10)...
...Irmãos e irmãs, muitas falhas na obra são consequência da ociosidade, autodefesa e autopreservação do homem. Não devemos pensar que o mundo está cego ou os irmãos estão cegos. Quando começarmos o nosso trabalho, os outros verão se estamos totalmente consagrados. Se retivermos alguma coisa para nós mesmos e se assumirmos uma postura de concessões, os outros irão vê-lo. Irmãos e irmãs, quando o Senhor nos chama, ele quer que renunciemos a tudo. Que o Senhor nos conceda graça, e nenhum de nós valorize ou ame a própria vida da alma. Temos de aprender a não amar a nós mesmos ou compadecer-nos de nós mesmos. Esse é o nosso caminho. Se não seguirmos esse caminho, o nosso trabalho será muito limitado. O grau da nossa disposição para sofrer determina o montante de nossa obra espiritual que obteremos. Se a nossa disposição para sofrer for limitada, a nossa obra espiritual será limitada, o nosso abençoar os outros será limitado e o resultado de nossa obra também o será. Nenhuma outra medida da benção de Deus é tão preciosa quanto a nossa disposição para aceitar sofrimentos. Se a nossa disposição tiver capacidade ilimitada para sofrer, conheceremos a imensurável grandeza da benção de Deus.

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